Menina de Pedra

Sinto-me indefesa, gelada e fria temendo o que por adiante venha…Como se o chão dos meus pés fugisse e plano agora, levemente, em direcção a um abismo, a um lugar mais fundo, escuro e gélido que um dia chamei de meu Lugar. Perdida, procuro no doce murmúrio da queda a força para torná-la apenas mais uma…Vejo a tua mão, não percebo se num esforço para me agarrar ou se me entrega um terno adeus. E torno-me um rochedo, um rosto cinzento, um coração de pedra…protejo-me e pelo meu olhar envolto em nada, não haverá lugar para mais sentimentos, não haverá lugar para mais desilusões, não haverá lugar para mais ninguém…apenas o novo retrato de uma menina de pedra!