quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Adivinha Quanto Gosto de Ti!

Das mais belas histórias que já li. Há quem diga que é para crianças mas eu acho que é para todos, pequenos e graudos, toca a todos. É uma prova de amor...lindo este livro!


A pequena lebre cor de avelã, que ia deitar-se,
agarrou-se firmemente às longas orelhas da grande lebre cor de avelã.

Queria ter a certeza de que a grande lebre castanha estava a ouvi-la

“Adivinha quanto gosto de ti.”, disse ela.

Oh, não sei se sou capaz de adivinhar isso.”,
disse a grande lebre cor de avelã.

“Isto tudo.”, disse a pequena lebre cor de avelã,
esticando os braços para os lados tão longe quanto podia.

A grande lebre cor de avelã tinha os braços ainda mais compridos.
“Mas eu gosto de ti isto tudo.”, disse.

Hmmm… Isso é muito, pensou a pequena lebre cor de avelã.
“Gosto de ti tão alto quanto consigo alcançar.”,
disse a pequena lebre cor de avelã.

“Eu gosto de ti tão alto quanto eu consigo alcançar.”,
disse a grande lebre cor de avelã.

Isso é mesmo muito alto, pensou a pequena lebre cor de avelã.
Quem me dera ter braços assim.

Então, a pequena lebre cor de avelã teve uma boa ideia.

Fez o pino e chegou com os pés ao tronco da árvore.
“Gosto de ti até à ponta dos meus pés!”, disse.

“E eu gosto de ti até à ponta dos teus pés.”,
disse a grande lebre cor de avelã, balançando-a no ar.

“Gosto de ti tão alto quanto consigo saltar!”,
disse a pequena lebre cor de avelã rindo e saltitando.

“Mas eu gosto de ti tão alto quanto eu consigo saltar.”,
sorriu a grande lebre cor de avelã e saltou
tão alto que as suas orelhas tocaram nos ramos da árvore.

Que belos saltos, pensou a pequena lebre cor de avelã.
Quem me dera conseguir saltar assim.

“Gosto de ti por aquele caminho abaixo, até ao rio.”,
gritou a pequena lebre cor de avelã.

“Gosto de ti até depois do rio e das montanhas.”,
disse a grande lebre cor de avelã.

Isso é muito longe, pensou a pequena lebre cor de avelã.
Já estava tão ensonada que mal conseguia pensar.

Então, olhou a grande noite escura por entre os arbustos.
Nada poderia estar tão longe quanto o céu.

“Gosto de ti até à Lua.”, disse, fechando os olhos.

“Oh, isso é longe.”, disse a grande lebre cor de avelã.
“Isso é mesmo muito longe.”

A grande lebre cor de avelã deitou a pequena lebre cor de avelã na sua cama de folhas.
Inclinou-se sobre ela e deu-lhe um beijo de boas-noites.


Então, deitou-se bem perto e sussurrou com um sorriso
“Gosto de ti até à lua… e de volta.”

Sem comentários: